1. Formação docente

Garantir que todos os professores da rede pública tenham nível superior, com licenciatura ou complementação pedagógica. No Jardim Canadá e região ainda há professores sem nível superior completo.

Os professores de ensino fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos (EJA) devem possuir preferencialmente nível universitário com formação específica para ser professores (chamada de licenciatura ou complementação pedagógica). No caso da educação infantil, é ainda admitida a formação de nível médio (magistério), mas o desejável é que mesmo nesse caso haja formação superior. O INEP criou uma avaliação específica que classifica os professores em cinco grupos, do grupo 1 (máxima adequação) ao grupo 5 (total inadequação). O ideal é que ao longo do tempo as escolas tenham o maior percentual de professores no grupo 1, de máxima adequação.

No ensino fundamental e médio do Jardim Canadá e região, apenas a Escola Municipal Urcino do Nascimento possui 100% de seus professores no grupo 1. Além disso, três escolas (duas municipais e uma estadual) têm professores sem formação superior completa (grupo 5). Na EJA, ainda há professores sem nível universitário para o nível fundamental. Na educação infantil, todas as escolas para as quais existem dados ainda apresentam docentes sem nível superior.

• Grupo 1 – Docentes com formação superior de licenciatura na mesma disciplina que lecionam, ou bacharelado na mesma disciplina com curso de complementação pedagógica concluído.
• Grupo 2 – Docentes com formação superior de bacharelado na disciplina correspondente, mas sem licenciatura ou complementação pedagógica.
• Grupo 3 – Docentes com licenciatura em área diferente daquela que leciona, ou com bacharelado nas disciplinas da base curricular comum e complementação pedagógica concluída em área diferente daquela que leciona.
• Grupo 4 – Docentes com outra formação superior não considerada nas categorias anteriores.
• Grupo 5 – Docentes que não possuem curso superior completo.

Percentual de docentes em cada grupo de formação – educação infantil

Percentual de docentes em cada grupo de formação – ensino fundamental anos iniciais

Percentual de docentes em cada grupo de formação – ensino fundamental anos finais

Percentual de docentes em cada grupo de formação – ensino médio

Percentual de docentes em cada grupo de formação – EJA fundamental

Percentual de docentes em cada grupo de formação – EJA médio

2. Educação continuada e capacitação de docentes

Ampliar a educação continuada e capacitação dos docentes, inclusive para as questões específicas da Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Todos os docentes das escolas municipais participam da Jornada Pedagógica, promovida pela Secretaria Municipal de Educação, com dois dias de capacitação a cada ano. Além disso, há cursos e apoio oferecidos pela Casa do Educador Professora Waldette Lima Alves, inaugurada em outubro de 2022, e momentos de capacitação interna específicos em algumas escolas. Já na rede estadual, não há capacitação presencial, apenas oferecimento de cursos online, sem caráter obrigatório. Na pesquisa de campo, foi ainda apontada a necessidade urgente de capacitação dos professores da Educação de Jovens e Adultos (EJA), oferecida pela Escola Estadual Maria Josefina Sales Wardi, pois se trata de um trabalho diferenciado, pelos desafios da idade e da escolaridade dos alunos.

A ampliação da jornada pedagógica municipal, que poderia ainda trazer como convidados os professores da rede estadual, e a realização de capacitações internas periódicas em todas as unidades da rede fortaleceriam ainda mais os processos de capacitação e educação continuada já existentes. Para as escolas estaduais, especialmente para a EJA, é indispensável a adoção de processos de capacitação. Poderia ser proposto um termo de cooperação com a Prefeitura para disponibilizar os recursos da Casa do Educador para os professores das escolas estaduais.

Capacitação e formação de docentes

Voltar aos desafios

3. Formação de educadores sociais

Criar condições para capacitação e educação continuada dos educadores sociais que atuam nas Organizações da Sociedade Civil (OSCs).

As Organizações da Sociedade Civil (OSC)cumprem uma papel fundamental no atendimento a crianças e adolescentes do Jardim Canadá e região. Os educadores sociais, que desenvolvem as atividades diretamente com os atendidos, são pessoas que têm experiência e conhecimentos em diversas áreas – educação, arte, cultura, esportes. Atuam como contratados ou voluntários. No entanto, as limitações financeiras e a estrutura às vezes limitada das OSCs não permitem que haja processos permanentes de capacitação e atualização pedagógica desses educadores.

A pesquisa mostrou que algumas OSCs buscam capacitar internamente os educadores, por meio de reuniões, momentos de planejamento ou treinamento inicial para integração à organização. Há participação, em geral de representantes das organizações, em cursos da Fundação dom Cabral e em reuniões do Comitê Social. Seria muito importante criar oportunidades de capacitação e educação continuada para atender de forma sistemática os educadores sociais, que atuam na ponta, junto a crianças e adolescentes, por meio de cursos, seminários e oficinas, para aprimorar e ampliar o impacto das ações desenvolvidas pelas OSCs.

Entre as OSCs, há três escolas de educação infantil (comunitárias e sociais), que cumprem um importante papel no território, mas não há dados oficiais sobre a formação escolar dos professores. O processo de capacitação/educação continuada, nessas entidades, ainda é incipiente.

Formas de capacitação de educadores sociais nas OSCs

Formas de capacitação nas organizações de educação infantil comunitárias e sociais

Voltar aos desafios

4. Formação de pais

Engajar pais e familiares no processo educacional, em reuniões e processos formativos, e a possibilidade de criação de uma “escola de pais”.

A participação das famílias é muito forte em festas e eventos realizados pelas escolas e organizações sociais, principalmente nas festas juninas. Há, no entanto, pouco envolvimento no processo educativo, com baixa presença nas reuniões e nos momentos de orientação familiar. Há razões práticas, como distância da escola e horário incompatíveis com o trabalho, mas também desinteresse e baixa compreensão da importância de se envolver com a escola ou organização social.

É necessário criar estratégias para aumentar a participação dos pais, responsáveis e famílias, como por exemplo:

• – Reuniões bem planejadas e prazerosas, com lanche e pontualidade, para famílias e alunos em horários compatíveis com as jornadas de trabalho.
• – Utilizar os mecanismos de comunicação, como WhatsApp, manter os pais informados e conectados com a escola e as organizações sociais
• – Diversificar as estratégias de diálogo, com um número maior de reuniões em horários diversificados e conversas individuais
• – A redução do número de alunos por escola pode colaborar com o engajamento, pois as equipes hoje são insuficientes para fazer este trabalho de mobilização

Um caminho inovador para o engajamento familiar seria a criação de uma Escola de Pais, com eventos e trabalho contínuo de informações para os pais em cada fase do desenvolvimento dos seus filhos. Essa iniciativa pode ser desenvolvida em rede, unindo diferentes atores sociais: lideranças em escolas, organizações sociais e equipamentos governamentais.

Voltar aos desafios